Eleições em Portugal: coalizão de centro-direita vence, mas não consegue maioria no Parlamento

  • 18/05/2025
(Foto: Reprodução)
Essa é a terceira eleição geral em Portugal em três anos, e frustrou as esperanças de que poderia pôr fim ao pior período de instabilidade política no país em décadas. Eleições em Portugal: coalizão de centro-direita vence, mas não consegue maioria no Parlamento A coalizão de centro-direita Aliança Democrática (AD) venceu as eleições gerais em Portugal neste domingo (18), mas não conseguiu obter a maioria no Parlamento e deve tomar posse como um governo minoritário pela segunda vez em um ano. O primeiro-ministro Luiz Montenegro seguirá no cargo. Essa é a terceira eleição geral em Portugal em três anos, e frustrou as esperanças de que poderia pôr fim ao pior período de instabilidade política no país em décadas. A coalizão liderada pelo primeiro-ministro em fim de mandato, Luís Montenegro, obteve entre 29% e 34% dos votos, à frente do Partido Socialista, com 21% a 26%, e do partido de extrema direita Chega, com 20% a 24%. Além disso, o aumento no apoio ao partido populista de extrema direita Chega, com seu foco em conter a imigração e reprimir a corrupção, adicionou ainda mais incerteza ao clima político português. O Chega ainda pode ficar em segundo lugar nas eleições. Sem a maioria dos assentos, a Aliança Democrática, liderada pelo Partido Social-Democrata, pode tentar recrutar apoio de partidos menores, o que é visto como improvável, ou assumir o poder como um governo minoritário, como fez em seu último mandato. Isso a deixa à mercê de partidos de oposição se unindo para derrubá-la, como aconteceu há dois meses. A frustração pública com os principais partidos de Portugal gerou um cenário político cada vez mais fragmentado e desafiou os esforços de união em torno de políticas em questões nacionais urgentes, como imigração, moradia e custo de vida. Crescimento da extrema direita As pesquisas de boca de urna também apontam que o Chega, partido de extrema direita, vem em terceiro com 20 a 24% dos votos. Segundo o jornal português Publico, as projeções feitas por canais televisivos mostram que Chega e PS estão em empate técnico. O Chega disputou sua primeira eleição há apenas seis anos, quando conquistou uma cadeira, e se alimentou da insatisfação com os partidos tradicionais mais moderados. Fazendo campanha sob o lema "Salve Portugal", descreve-se como um partido nacionalista e se inspirou na popularidade de seu líder, advogado e ex-comentador de futebol André Ventura. Nos últimos 50 anos, os sociais-democratas e o Partido Socialista se alternaram no poder. Os socialistas contemplaram possivelmente seu pior resultado desde 1987, conquistando 55 cadeiras. Como são as eleições em Portugal Em Portugal, o regime não é igual ao Brasil. O país europeu funciona sob o regime semipresidencialista, formado por um presidente e por um primeiro-ministro. Neste domingo, os eleitores votaram para escolher deputados da Assembleia da República, como é chamado o Parlamento português. Os votos, diferentemente do que ocorre no Brasil, são para um partido, não em um candidato. O partido que obtiver mais votos pode ganhar o controle do Legislativo, mas só se conquistar um número mínimo de assentos no Parlamento. Nas eleições de 2024, a coligação Aliança Democrática (centro-direita) venceu as eleições legislativas por pequena margem: o partido obteve 79 das 230 cadeiras, mas não conseguiu maioria absoluta. Em março deste ano, o primeiro-ministro Luís Montenegro foi derrotado no Parlamento. Foram 142 votos contra 88 para rejeitar a chamada moção de confiança, instrumento usado para medir se o governo tem apoio parlamentar. Os portugueses foram às urnas pela terceira vez em pouco mais de três anos. Elegeram António Costa em janeiro de 2022, que renunciou em novembro de 2023 após ser alvo de busca policial. E depois Montenegro, em março de 2024, que venceu por menos de dois mil votos sobre o Partido Socialista. Entenda o perfil dos principais partidos desta eleição: Aliança Democrática (AD) Primeiro-ministro, Luís Montenegro Miguel A. Lopes/ EPA via BBC Atualmente no poder, a Aliança Democrática agrupa o Partido Social Democrata (PSD), de centro-direita, e o conservador Centro Democrático Social Partido Popular (CDS-PP). O bloco é liderado pelo primeiro-ministro interino Luís Montenegro, que deseja se manter no cargo. Em março de 2024, a AD venceu as eleições nacionais com 28,8% dos votos. Mas, um ano depois, o governo perdeu um voto de confiança no Parlamento após a oposição questionar a integridade de Montenegro em um possível conflito de interesses envolvendo negócios de sua família. A AD se uniu em torno de Montenegro, que nega qualquer irregularidade. As pesquisas mostram que ele continua favorito nas eleições deste ano. A Aliança Democrática promete manter o rumo iniciado no ano passado: reduzir impostos para a classe média e empresas, controlar a imigração e enfrentar a crise habitacional. Montenegro recusou qualquer acordo com o partido populista de extrema direita "Chega" e manteve seu posicionamento de "não é não" durante a campanha eleitoral. Partido Socialista (PS) O líder do Partido Socialista de Portugal, Pedro Nuno Santos AP Photo/Armando Franca O PS, de centro-esquerda, é uma força dominante na política portuguesa ao lado do PSD, seu principal rival. A legenda esteve mais tempo no governo do que qualquer outro partido desde a queda da ditadura fascista em 1974. Pedro Nuno Santos, economista de 48 anos, lidera o partido desde o fim de 2023, após a renúncia do primeiro-ministro António Costa. À época, Costa foi citado em uma investigação sobre supostas ilegalidades na gestão de grandes projetos de investimento do governo. Nenhuma das acusações foi comprovada. Como ministro adjunto, Santos coordenou com sucesso o apoio da extrema-esquerda (PCP e Bloco de Esquerda) ao primeiro governo de Costa, entre 2015 e 2019. O PS viabilizou a aprovação do primeiro orçamento de Montenegro em outubro passado, mas teve papel central na queda do governo no voto de confiança neste ano. Apesar das muitas diferenças, PS e AD têm atuado para manter as finanças públicas sob controle e reduzir a dívida quando estão no poder, o que lhes rendeu elogios da União Europeia, de investidores e de agências de classificação de risco. Chega Líder do grupo político Chega, André Ventura, dentro do Parlamento português em 22 de março de 2023 Armando Franca/AP O Chega, partido antiestablishment, foi fundado há apenas seis anos, mas tornou-se a terceira maior força parlamentar em 2022. No ano passado, quadruplicou suas cadeiras, chegando a 50, com uma plataforma contra a corrupção e a imigração. Seu líder, André Ventura, de 42 anos, é formado em Direito e chegou a estudar para ser padre, mas ganhou fama como comentarista esportivo na TV. Ex-membro do PSD, ficou conhecido em 2018 por declarações incendiárias contra a comunidade cigana local. No ano seguinte fundou o Chega, defendendo penas mais duras para criminosos (incluindo castração química para estupradores reincidentes), o fim da política de "portas abertas" na imigração e acusando PS e PSD de perpetuarem a corrupção nos últimos 50 anos. Portugal vai às urnas pela terceira vez em 3 anos para eleger primeiro-ministro

FONTE: https://g1.globo.com/mundo/noticia/2025/05/18/eleicoes-em-portugal-boca-de-urna-da-vantagem-a-partido-do-primeiro-ministro-luis-montenegro.ghtml


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